terça-feira, 13 de dezembro de 2011

PELE NUA


PELE NUA


Tecem por dentro de nós
os gritos do pôr do sol
enquanto bordam as barras
dos nossos corpos,
as águas profanas
que descem as corredeiras
em espumas calejadas.
Dobradas para trás
as veias
ardendo no toque das nossas mãos
trêmulos dedos da memória
carne rósea,
rosácea
flutuando sozinha
enquanto a noite orgânica e
côncava
reflete no celofane
dos olhos
todos os pigmentos
da nossa pele tão nua.
Os risos e gargalhadas
os beijos afoitos
inflam o descompromisso
das horas
que te desvendam
enquanto arranco
com minhas mãos
o suor do teu prazer!




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