Falo
ao teu falo, eu falo
na soleira da boca a devorar-te por inteiro,
eu falo!
falo do que me fala a delícia e a contemplação
do teu falo!
falo da boca e da dádiva
de sugar-te o falo
confinado entre os lábios
enclausurado na boca
torturado pela língua a céu aberto e sem estrelas.
Falo ao teu falo
dos gozos desejados e sonhados
eu falo!
e ao teu falo, eu falo
e sinto o meu falar no teu falo rijo
a falar-me aos lábios
das falanças
e dos vazados gozo a empapar-me a boca
(no teu falo, eu me calo)
para Odur
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