quinta-feira, 21 de abril de 2016

NOITE


Noite

Aaaah, infindáveis noites de agonia onde a solidão se enrosca em meu corpo feito serpente de mil anéis. Na moldura da janela, o negrume da noite e a lua deitando sua luz sobre o leito vazio da tua presença________aaaah, torturantes horas nesta espera que faz secar a boca num tanto pronunciar teu nome em gemeções profanas que só fazem banhar-me o corpo, sem contudo - acalmar-me a ânsia de amar e possuir e ser possuída até a exaustão.
Noite...Noite de pensamentos e delírios a doer-me os ossos, a planura branca dos ossos e a vestimenta vermelha___carne, na fome da tua carne -, segue o teu rumo com teu silêncio milenar deixando em mim o torpor e os lençóis amarrotados na cama vazia do teu corpo no meu e o Cântico dos Cânticos a ecoar no meu pensamento...

para Odur

Nenhum comentário:

Postar um comentário